Por Osmar Santos
Ele olha o relógio. O tempo parece ignorar sua pressa, permitindo que os ponteiros se arrastem diante de seus olhos. Pobre personagem dessa história que se quer percebe que tudo é apenas farça. Enquanto ele olha, o tempo se disfarça de bicho lento e... passa.
Passa com a ligeireza de quem pouco se importa em levar a infância dessas crianças que mal deram seus primeiros passos e já precisam decidi o que querem ser; passa sem pena dos jovens qu'inda não conseguiram realizar todos os seus sonhos; com a crueldade de quem não se importa em interromper as últimas palavras de alguém...
Ah, se esse pobre personagem soubesse que o tempo é traiçoeiro e apenas finge ser esses ponteiros amarrados-de-corda! Não perderia tempo querendo ter barba.
-Vai guri, brincar de gude!